sexta-feira, 26 de junho de 2020

DOIS MIL E ONZE

Dois mil e onze definitivamente não começou bem! Entrei o ano com quedas no orçamento e o declínio financeiro continua......C

                                                                A

                                                                       I

      N

                                                                                   D

      O.....

Como tudo começou? Foi tipo morte súbita, apagão, tropeção do nada...sei la´. 

Tudo começou a desandar quando o governo do estado resolveu interromper o trabalho de combate a dengue no Estado do Rio e fazer uns cortes na equipe. Lógico que eu estava na lista. 

- “seus serviços não serão mais necessários”. 

Vi os 600 reais extras voando pelos ares.  

Mas tudo bem. Sejamos otimistas! Pense positivo! Perde-se aqui, ganha-se ali. Afinal estava cansativo trabalhar todo fim de semana na dengue e ainda ter que dá aulas durante a semana. A gente vai se virando como pode. Daqui a pouco aparece outa coisa para compensar e tá tudo certo.

Só que isso era apenas o começo. Depois da dengue seguiu as  tragédias.

No mesmo mês foi paga a última parcela da bolsa formação. E de acordo com os boatos o próximo pagamento só viria depois de 4 meses. (já entrei no 5ºmês e nada). Perda de mais 443 reais. Ok. Ok. Ano ruim amigo? Nem me fale. Seguimos em frente.

A profissão de professor no Brasil não é bem remunerada, nem valorizada. Imagine você ganhar 12 reais a hora aula numa jornada semanal exaustiva. E sempre tem trabalho pra casa. Preparar aula, elaborar trabalhos, corrigir provas, ler, estudar, etc. Tudo se torna desestimulante quando não se tem apoio. Tem que gostar muito. Apesar de tudo eu estava feliz no que fazia e fiz investimentos. Resolvi colocar gás natural no meu caidin...já que ia trabalhar de carro e precisava dessa economia. A gasolina está very expensive. O Kit Gás não foi barato não. Tive que parcelar em suaves prestações. Dívidas parceladas é meio que burrice já que não possuímos nenhum fundo garantidor de crédito, muito menos uma reserva de emergência. Vai que acontece alguma coisa. E aconteceu.

 Não sei se estou passando por algum teste, uma provação divina ou algo assim, mas a coisa não tá boa não. Papai Noel me trouxe uma péssima notícia. O Instituto para o qual eu fui contratado vai fechar as portas. Isso mesmo. Eu e mais dezenas de professores mandados pra rua. Era o fim!

Mas a desgraça não veio sozinha. Com o carro parado na garagem, sem ir trabalhar, um amigo me pediu emprestado. E eu, prestativo como sempre, não relutei. Tá aqui as chaves. E continuei a minha leitura. Não demorou dez páginas e o telefone me trouxe a má noticia.

- Amigo, bati num carro aqui em campo grande. É uma senhora e ela tá louca querendo chamar a polícia e não para de gritar. Eu não tive culpa, hein

Nessas horas só um “Puta que pariu” bem sonoro pra esvaziar os pulmões. Sabia que havia uma parcela de culpa e a situação do meu amigo era bem pior que ainda, de modo que já sinalizava um prejuízo vindo nessa coisa toda aí.
Depois disso o carro não parou de dá problemas. Acho que já havia passado da hora de vender. Primeiro foi problemas com a embreagem que me custou um kit novo. Depois a bomba de ignição estourou e eu nem ainda nem comprei outra  – e nem sei quando vou comprar - Foda-se!

Ainda estou tentando me lembrar das coisas boas que aconteceram em 2011.

Sou bem equilibrado e nada me abala.

-  C A R A L H OOOOOOOOOO! EU to cagado de URUBU!!

Alguém aí em cima quer fazer o favor de retirar essa NUVEM NEGRA da minha cabeça.

 Não é que tiraram.

Veio em forma de trovões e relâmpagos pra queimar os dois computadores lá de casa e o aparelho de WIRELESS junto. Queimou tudo. Tudinho.

Meus Deus! Vou recorrer a quem? A são Pedro? O jeito é beber! Pelo menos bêbado esqueço as tragédias.

A ligação de um amigo veio com um convite irrecusável para um festa. Mas inda assim tentei ficar quieto no meu canto

 - Não sei não amigo, tô numa maré de azar tão grande – relutei.

- Que isso cara. Você tá precisando relaxar um pouco. Churrasco e bebida liberada, que tal? Vai ser bom, você vai ver.

 Foi ótimo! Meti o pé na jaca. Afoguei as magoas e saí de lá trêbado.

 No outro dia acordei com aquela ressaca desgraçada A cabeça parecia que ia explodir.

Antes de levantar notei que a TV do quarto estava toda quebrada.

- Eita merda! Agora mais essa?

 Mas essa culpa eu não levo não, já que não me recordo de nada.  

 Sem trabalho, sem extras, sem TV, sem carro....  

 Faltam 5 dia para o fim do ano.

Deus me guarde!  


quarta-feira, 24 de junho de 2020

The letter


“Bendito aquele que consegue dar aos seus filhos asas e raízes”.

Sempre me preocupei com esse lance de raízes em relação à vocês. Minha teoria era a seguinte: sem raízes fortes estamos mais vulneráveis. Raízes como amizades, família, comunidade (da escola, da igreja) precisamos disso. Somos por natureza um ser social. E como vamos construir raízes se não paramos num lugar por muito tempo?

Questionava sua mãe o motivo de tantas mudanças e aquele desequilíbrio estrutural em relação à vida sempre me incomodou. 

No início, a distancia entre nós era de 30 minutos, de campo grande até a casa da sua avó. E mesmo sem carro, não tinha UBER na época, era by bus mesmo. Lembra do 864 que pegávamos de Senador Camará até campo grande? Fazíamos isso a cada 15 dias para passarmos o fim de semana juntos. Como a Letícia já era maiorzinha ela entrava pela porta da frente enquanto ficávamos esperando até que ela estivesse lá dentro, só depois eu, com você no colo, bolsas, mochilas e tudo mais, entrava pelos fundos para pagar passagem. Chamávamos atenção de todos. Mas era só olhar pra sua carinha que abriam um sorriso e sempre uma boa alma cedia o lugar para que sentássemos juntos. A viagem passava rapidinho pois vocês duas falavam o tempo todo.

O período mais sacrificante foi quando vocês se mudaram para GUARATINGUETÁ. Até hoje não entendi o motivo e o porquê de tudo aquilo. Isso só sua mãe pra responder. Só sei que mais uma vez ela me convenceu. Eu fiquei muito mal quando ela me contou que pretendia casar e morar em outro Estado. Foi tudo tão rápido e eu nem conhecia o futuro padrasto de vocês e aquilo que me assustava. Nunca havia ficado tão longe e essa ideia me doía muito e me deixava desconcertado. Entretanto eu acreditava que sua mãe estando feliz, vocês estariam bem. E por fim concordei.

A distância agora seria de mais de 250 KM, ou de  3 horas de ida e mais 3 de volta. Ou seja, 6 a 7 horas viajando só pra ter vocês por um fim de semana. Saíamos bem cedinho, na maioria das vezes víamos o dia clarear na estrada. Renato e eu revesávamos a direção do carro e corríamos para chegar a tempo de almoçarmos juntos. Mas não demorávamos muito tempo, vocês ficavam ansiosas para voltar pro Rio e chegávamos em casa somente à noite.  Praticamente só tínhamos o sábado inteiro para aproveitar e ficarmos juntos. Domingo já tinha que fazer o mesmo trajeto e voltar, pois vcs não podiam perder a aula na segunda. Era sacrificante, cansativo, exaustivo às vezes. Mas fazia por amor. Não podia deixar de vê-las. Isso nunca!   

Guaratinguetá durou pouquíssimo tempo. Por um lado foi ótimo pois eu teria mais tempo com vocês e por outro sua mãe não estava bem. Era mais um recomeço e não sabia como a cabecinha de vocês estava lidando com isso tudo. Recomendei que vocês fizessem acompanhamento com um profissional. Psicólogo, terapias, essas coisas. Pessoas que entravam e saíam da vida de vocês de uma hora para outra. Tudo acontecia em pouco espaço de tempo e as mudanças eram inevitáveis. Outros lugares, outras escolas, outros lares, amizades e família deixadas para trás, e ficavam somente as lembranças. Eu não via, nesse quadro, raízes. Sem raízes nada cresce. A teoria de plantar em terra boa, criar raízes e dar bons frutos quando crescer me parecia distante, pois sua mãe continuava buscando um porto seguro (que sempre pareceria ser o mais longe de mim). 

Até o dia em que vieram morar no mesmo bairro. Eu mal acreditei quando sua mãe e eu conversamos a respeito. A ideia era muito boa e finalmente podíamos dividir nosso tempo com vocês. Quase não havia distância, era só descer a rua e la´estavam vocês. Procuramos escolas próximo e eu podia levar e buscar sempre que pudesse e vocês não teriam que esperar a semana toda para me visitar. Seria ótimo.

E assim foi. Vi finalmente as raízes crescerem. Você estudava no VINCLER e passava aqui em casa todos os dias. Conheci suas amigas e sentia você feliz. A Letícia se empolgava fazendo vídeos para o youtube e a casa sempre estava cheia de gente. Voltamos aquele tempo bom de inventar brincadeiras e filmarmos tudo para depois rir de nós mesmos. Ficarmos algumas horas sentados no sofá da sala vendo séries favoritas com um balde de pipoca nas mãos. Meus dias eram completos e nossas raízes estavam se fortalecendo.

Até o dia em que um trator veio arrancá-la novamente e nos separar de novo.

Agora não é um Estado que nos divide.

É um país.


sexta-feira, 19 de junho de 2020

Embaraçada?

Letícia já estava com viagem marcada para retornar ao Brasil, estava empolgada aparentemente. As vezes, agindo bipolarmente, ficava pensativa, acho que no fundo era medo. Muitos têm medo do desconhecido e por isso permanecem estagnados em suas vidinhas, concordando com tudo aquilo que a vida lhe dá, sem fazer nenhum esforço e dizendo que é o destino. As vezes precisamos dá apenas um passo com coragem para assumir os riscos. A Lê sempre esteve com a cabeça aqui e dizia o tempo todo que um dia voltaria. Agora parece que vai mesmo. Está decidida. Não interferi muito, mas fiz algumas ressalvas. Era uma decisão importante, mais uma mudança entre tantas que já ocorreram. No fundo eu estava feliz pois teria ela de volta. Com tudo se encaminhando partimos para as reformas. Renato e eu nos empenhamos para que tudo estivesse bonitinho e mais acolhedor quanto possível. Reformamos o antigo quarto e mobilhamos de acordo com o gosto dela. As passagens já estavam compradas e todos estavam de acordo com essa volta, inclusive a mãe, segundo ela. A Júlia estava revoltada e me culpou por essa decisão"impensável e burra" - palavras dela - por parte da Letícia e que Renato e eu ficávamos incentivando essa volta quando mostrávamos as cores do novo quarto. Como assim? Pensei. "Você não deveria ficar mostrando fotos de como está ficando (lindo) o quarto dela pai e nem fazer as vontades dela".  Júlia sempre teve esse lado autoritário da mãe e eu reconheço que faço as vontades dela. Inclusive da Julia também. 
Eu super entendo. Ia ser mesmo difícil ficar longe da única irmã e deixei claro que não podia dizer NÃO e que essa decisão não cabia a mim. A mãe nunca se conformou com nada disso e demoramos para tocar no assunto. Eu já imaginava O DRAMA que seria e fui adiando o stress. Mas isso eu deixo para outro post. Acho que ela torcia pra que a Lê mudasse de ideia e ou que algo acontecesse que a impedisse de voltar. Como pais passamos a vida toda decidindo a vida dos filhos. E quando eles crescem ainda queremos isso. Nossa experiencia de vida e visão de futuro é outra e achamos que nessa cabecinha jovem não cabe decisão séria e ficamos frustados quando percebemos que perdemos esse controle.
    Pois bem, tivemos uma pandemia que se instalou no mundo, colocando todos os aeroportos em risco máximo de contaminação que a solução inicial foi adiar a viagem por alguns meses. Dois meses para ser mais preciso pois era o que ela queria, acreditando que esse seria o único embaraço. 
    Foi ai que os enjoos matinais começaram e tudo mais. A suspeita de que estaria esperando um bebê foi inevitável. Em uma conversa de vídeo a Lê entra em desespero e eu escondo a felicidade e disfarço a frustração de que isso cancelaria de vez a viagem. Tentei fazê-la enxergar que as coisas não acontecem por acaso e que não devemos sofrer antes do tempo. Ela iria fazer confirmar os exames mas já tinha quase certeza.  Munheres grávidas já são consideradas grupo de risco com relação ao COVID e se de fato estivesse, os planos mudariam completamente. 
    Agora é esperar o resultado.👦

domingo, 17 de junho de 2018

Shopping

Alguns metros à frente, Letícia fazia graça. Um tipo de balé que ela inventa instantaneamente quando está feliz. Julia Agarrada a minha mão, ria, chamando minha atenção para aquele momento de felicidade da irmã. Entre tantos que passavam com sacolas, era só nos três. As vezes me pego olhando para elas. Nesse instante, noto o quanto o tempo passa depressa. E as imagens vêm num flashback gigantesco. Elas ainda bebê. Letícia sorrindo o tempo todo. Prestativa e estabanada, sempre querendo me ajudar em alguma coisa. (hoje as coisas mudaram um pouco). A imagem dela por debaixo da mesa da sala, passando pano nos móveis me parece recente. A vassourinha vermelha que ela usava toda vez que eu ia varrer alguma coisa. A Julia sempre branquinha e todos me diziam: “é a sua cara. Foi crescendo depressa como se escapasse das mãos ou como flor independente. Perdi um pouco da fase bebe. Mas hoje temos momentos compensatórios. É tão gratificante vê-las felizes, sorrindo e viver juntos tudo isso. Poder guardar esse momento não tem preço. Falando em preço agora que me dei conta que o carrinho já tá abarrotado de roupa. Elas saíram pegando. Meu Deus! Nem sei como vou pagar por tudo isso. - Dinheiro ou cartão Sr? - cartão. Pode parcelar em 10 vezes? 04/12/2009.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Conversa na cozinha



Outro dia, na cozinha, enquanto eu preparava o almoço, ela se ofereceu para cortar umas batatas. Claro que não sou louco de colocar uma faca na mão dela, fiz com que ela usasse um cortador que não oferecia perigo de se cortar. 
    - Pai! Eu já sei usar uma faca - ela disse. 
    - Não mesmo!  
 Enquanto ela se distraía cortando a batata, eu puxava assunto. Por algum motivo Letícia não estava. Era só nós dois e eu não ia perder a chance de saber o que ela pensa. Tenho curiosidade pra saber o que elas fazem quando não estou por perto. Já que moramos em casas separadas e a maior parte do tempo ela passa com a avó – que age como toda sogra age. 
Júlia falou de tudo um pouco. Tagarela como sempre só foi eu dá corda. Contou coisas da avó, da mãe, da escola, dos tios, mas contou do jeito dela. Da forma criança de ver o mundo com apenas 7 aninhos. 
Teve uma hora que ela mudou o tom da voz e chegou mais pertinho. Quase sussurrando me confidenciou um segredo da irmã e logo em seguida disse: 
    - Não conta pra ninguém - e riu. 
     - Claro!  - eu disse. 

Foi um momento mágico e encantador que poucas famílias têm hoje em dia. O dialogo é tão importante e faz falta, pois o tempo passa tão rápido e tem pais que não aproveitam seus filhos enquanto crianças, perdem tempo com coisas menos importantes. 
    Saber algo novo sobre elas, por pouco que pareça ser é importantíssimo e tem muito valor pra mim. 
Nem sempre tenho todas as respostas para tantas perguntas e inquietudes da idade dela. Mas isso ela ainda não sabe. Preciso responder todos os por quês. 
O grande lance de ser pai é ter prazer nisso. Não imagino meu mundo sem elas.  
Espero ser pra elas o que meu pai nunca foi pra mim....um grande amigo.
Amo vocês filhas.- 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Conto ou não conto.

A situação é delicada e eu sabia que cada palavra que dissesse para ela seria lembrada para sempre. Uma conversa como um divisor de águas, pois o mundo dela mudaria completamente. Medo? Tive muito. Adiei por alguns dias, semanas até. Então eu comecei a notar comportamentos estranhos. Olhares desconfiados, distantes. Talvez fossem dúvidas que estavam surgindo e ela não tinha coragem ou liberdade de me perguntar. Preferia o silencio e isso me intrigava. Mas por onde começar? Meu Deus, como é difícil! Eu precisava de mais um tempo. Precisava ler algo a respeito um artigo sobre isso, me inteirar mais no assunto, ter uma opinião bem formada, uma formula fácil e rápida para que tudo fosse o mais breve possível, sem muitos detalhes. Não convivemos juntos e talvez seja essa a parte ruim pra mim. Não sei exatamente o que ela pensa sobre isso, nem passa pela minha cabeça nenhum tipo de reação que ela venha ter. É cruel pra mim. Dizer uma verdade que nem eu sei na verdade, se é uma verdade absoluta. Preciso de um profissional da área no assunto. Procurei nos evangelhos, mas saí crucificado. E do lado de lá (ex sogra, ex mulher) tem um opinião fundamentada no cristianismo ocidental o que me deixa em desvantagem. Mas não vamos pensar nisso agora. Acho que o amor resista a tudo e não posso abrir Mao da minha felicidade, não agora que ela bate a porta e... e se eu estiver enganado? E se estou errando o caminho? Não terá valido a pena? Dúvidas não me trarão soluções. Vivo o que quero viver ou que fui predestinado pra viver. Talvez um dia eu tenha uma verdade que certamente será só minha. Alias todos querem ser o dono da verdade e buscam isso. Eu não. Eu quero apenas viver, ser feliz e dormir. Se colocarei em risco o amor filial? Não sei. Acho que aceitarão numa boa. Ou não. Mas o que importa. É irremediável. Aceitar ou não aceitar. E conviver com isso, digerindo, discutindo o assunto, gerando polemica, controvérsia e tudo mais. Até a idade adulta, quem sabe, tudo não tenha mudado. Por ora, ela precisa saber que sou o que sou e isso não muda em nada o nosso amor. O pai que fui até agora eu continuarei sendo. O amor que sinto vai crescer a cada dia. E pra elas eu só quero o bem.
Conto ou não conto?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

AS FASES DA OPORTUNIDADE

Outra dia peguei carona com a Ju. Não tive um dia muito bom. Estava estressado. Era véspera de feriado e quase sempre ralo mais que em dias normais. SEntia-me pesado, cansado mesmo e a carona não podia ter sido em boa hora.
Ju é uma das poucas pessoas com quem adoro conversar. Quase sempre me transmite uma paz no olhar e tem um sorriso confortante. Foi nesse dia que ela me disse uma curiosidade sobre A OPORTUNIDADE. As tres fases da oportunidade. Eu olhava atento como um menino aprendendo algo importante que mudaria pra sempre sua vida. Em meio ao transito caótica do Méier, entre paradas nos semáfaros e buzinas orquestrando nosso papo cabeça, ela foi me dando mais uma lição.
A primeira fase da oportunidade é aquela quando alguém fala pra vc da oportunidade. "vai abrir um concurso no dia tal..." Amigo sabe aquele curso de ingles? Tá com um preço ótimo" ... Esse alguém é aquele que ta sempre perto da gente. um parente, um amigo, etc. A segunda fase é aquela que vc precisa escutar, dar ouvidos, como diz minha mãe. As vezes as oportunidades passam e não foi por falta de avisos. A todo tempo tem gente apresentando algo bom, interessante. Mas nem sempre ouvimos. A terceira fase é você ter coragem. Sem medo de tentar, de errar. Não desperdiçar a chance pois tem coisas que acontecem somente uma vez e é preciso estar atento para perceber.

Nos despedimos em Cascadura. Eu tinha certeza do que queria. Iria entrar no PROJETO.

Hoje, depois de 9 meses. Continuo no PROJETO e tudo deu certo.